sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Amizade sem fim

João não tinha muitos amigos. Na verdade, só tinha colegas. E só os via na escola. Na sua rua, havia poucas crianças e de idades diferentes da dele. Para não se sentir muito sozinho, tinha um cachorro, seu fiel companheiro de todas as brincadeiras. Uma tarde, brincando com o cão perto do riacho, que ficava dentro de uma reserva florestal, que ficava há quase um quilômetro de sua casa, avistou um animal esquisito a uns cem metros. Resolveu chegar mais perto para observar. 
Parou a cerca de dez metros da criatura e constatou que era diferente de qualquer animal que já avia visto. A criatura estava comendo algo que João não conseguiu ver. Tinha mais ou menos 1 metro e 20 centímetros de altura, tinha um pelo cinza, tinha um corpo que parecia muito com um de um urso, possuía também uma cauda longa, e um par de chifres como os de um bode no auto da cabeça. 
Seu pequeno cachorro (chamado Portos) começou a latir e rosnar para a criatura, que se virou e olho no fundo dos olhos de João, que sentiu um terror tão grande como nunca havia sentido antes. O animal rugiu investiu contra João que estava paralisado pelo medo e não conseguiu fugir. Quando a criatura estava a cerca de 3 metros de João, Portos saltou contra a besta e mordeu uma de suas patas dianteiras, a besta rugiu novamente e derrubou Portos com sua outra pata. Portos soltou um uivo de dor, que acordou João de seu medo paralisante. João então começou a correr como nunca havia corrido antes, e não olhou para trás nem por um instante. 
Quando chegou em casa, não disse nenhuma palavra, apenas entrou em seu quarto, trancou a porta, se sentou no canto de sua cama e começou a chorar. Em sua cabeça só se passavam as ultimas imagens de seu único companheiro fiel, debaixo daquele monstro. 
Não saiu de seu quarto, nem falou com ninguém ate o outro dia. De manhã bem cedo quando o sol começou a nascer ele se levantou e caminho durante 20 minutos, ate a margem do riacho onde havia estado no dia anterior. Viu apenas algumas manchas vermelhas na grama. Seus olhos se encheram de lagrimas e sobre aquela mancha ele gritou “meu amigo me perdoe, mas eu te juro que serei um amigo tão leal e fiel como você comigo, e jamais deixarei um amigo só novamente”. 
João depois dessa data começou a conversar mais, e fez vários amigos e começou a gostar de uma garota de sua turma chamada Estefani. 
Cinco meses se passaram e ele finalmente chamou Estefani para sair. Os dois se divertiram muito naquela noite, e na volta para casa passaram dentro da reserva, pois era um local muito belo quando de repente uma criatura enorme surgiu em sua frente. A criatura olhou no fundo dos olhos de João, que na mesma hora reconheceu o olhar ameaçador, era a mesma criatura o que o havia atacado a cinco meses atrás. 
Ao olhar dentro dos olhos daquele monstro João teve medo, mas dessa vez o medo não o havia paralisado. Ele realmente temia a criatura, mas havia feito uma promessa que não iria quebrar. Estefani que nunca havia visto a criatura teve a mesma reação que João, no primeiro encontro com o monstro e ficou completamente paralisada de medo. 
A criatura então avançou contra Estefani, que não se moveu. João ainda com medo sentiu brotar no fundo de se coração a coragem para enfrentar a criatura. João segurou a criatura, mas foi derrubado (aquele animal tinha muita força), o animal colocou-se em cima de João, que não conseguiu sair preso debaixo da criatura. O monstro então abriu sua boca e foi em direção a cabeça de João, mas quando estava prestes a morte-lá, soltou um urro de dor e saiu de cima de João, que tirou de seu bolso um antigo canivete de seu avô e saltou em cima de criatura e enfiou seu canivete nas costas do animal que urrando de dor saiu correndo de volta para o meio das arvores. 
João então se levantou do chão e explodiu de alegria. Em sua frente estava parado Portos, seu cachorro. Portos muito alegre foi na direção dele e o derrubou no chão novamente, lambendo seu rosto e pulando de alegria. Quando Estefani finalmente saiu de sua paralisia abraçou João chorando e agradecendo por ter salvado sua vida. 
João contou a ela tudo que havia acontecido, ela então o elogiou por sua coragem agradeceu por ter salvado sua vida novamente. Ele e Portos acompanharam Estefani ate em casa e antes de entrar, o beijou, agradeceu mais uma vez e entrou. 
João então voltou para casa e pensando como Portos havia sobrevivido todo esse tempo, e se ele teria que enfrentar novamente aquele monstro. Mas estava muito feliz por todas as mudanças que aconteceram em sua vida 

Glaydston - 208

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