sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Terceira Lei de Newton

Célio estava à procura de uma nova namorada: não era muito exigente, mas tinha alguns critérios. Entrou num bar, onde havia bastante gente e algumas pessoas estavam dançando. Ficou no balcão até que viu uma garota linda, sentada em uma mesa, acenando na direção dele. Não acreditou que seria com ele, parecia uma visão do paraíso, mas depois da insistência da moça, Célio foi se sentar com ela. 
-Olá, _ ela disse. 
-Olá tudo bem? _Ele respondeu. 
-Sim, melhor agora. 
-Porque? 
-Pensei que você não viria falar comigo. 
-Mas uma moça tão bela me chamando, por que razão eu não viria? 
Ela permaneceu em silêncio. 
Célio não estava entendendo aquela situação, por que essa garota iria querer falar com ele no meio de todos aqueles rapazes? Tudo bem, a companhia da moça lhe agradava. Ela era um tanto familiar mas ao mesmo tempo diferente, diferente de um jeito bom. Usava um vestido justo de um tom vermelho vivo, seus olhos grandes e castanhos brilhavam sob a pouca luz amarelada do ambiente, tinha os cabelos negros e longos, com cachinhos delicados. Sua boca pequena delineada por um batom brilhante era tentadora. Ela estava linda. Ele queria se aproximar mais dela. 
Ela segurava um drink na mão, Vodka com limão? Talvez. 
-Você ainda não me disse seu nome. Célio observou. 
E a moça que a segundos atrás pedia a atenção dele já estava com o olhar perdido ao longe, nem se dava conta que Célio continuava sentado na sua mesa, ela voltou o olhar na direção dele e com indignação respondeu: 
-Eu não acredito que já esqueceu meu nome. 
-Não custa nada você refrescar minha memória, de onde nos conhecemos? 
-Sinceramente, eu esperava mais de você. Disse ela com desdém 
Célio já estava ficando realmente irritado com ela, não lhe dizia o nome, não se lembrava de onde conhecia e ele estava ali, perdendo tempo com aquela mulher que nem se quer estava preocupada com ele, não lhe dava o mínimo de atenção. Poderia levantar deixar ela com todo aquele orgulho na mesa e sair pra conversar com qualquer mulher ali dentro, o tempo quente levou bastante gente a rua aquela noite, o bar estava lotado e ele conseguia perceber umas garotas na outra mesa tentando chamar sua atenção. Mas ele queria ela, queria ver ela melhor, queria se lembrar dela. Ele queria tirar ela do bar. 
-Então, meu bem me desculpa por não me lembrar de você, será que a gente poderia sair um pouco pra conversar melhor? 
E para sua surpresa ela disse: 
-Claro. 
Ele pagou o drink dela, e a seguiu em direção a porta. 
Ela pisava forte em cima de um salto alto fazendo aquele "trec trec" característico e andava com passos rápidos, mas que Célio conseguia facilmente acompanhar. Andaram assim até o final da rua, onde já podiam se ver melhor sob a luz de um poste, as ruas estavam cheias mais era mais fácil pra ele perceber os detalhes do rosto da moça melhor. Realmente ele já a conhecia de algum lugar. 
-Bia? Indagou ele. 
-O que? Respondeu ela irritada. 
-Eu não acredito que é você mesmo, como esperava que eu te reconhecesse no meio daquela confusão? _Ele sorriu. 
-Eu sou a mesma garota que você sempre conheceu Célio. Disse ela com calma. 
-Não, não é não. Fala sério.. Eu quase não acreditei que era você mesmo. Dizia ele sorrindo naturalmente. 
-Eu não te entendo Célio, cadê a graça? 
-Você está muito gata, disse ele ainda sorrindo. 
-Eu não sei se isso é um elogio ou uma ofensa. Respondeu ela irritada. 
Ela não era assim, por que motivo resolveu sair de casa aquela noite? Nem ela sabia explicar porque foi parar sozinha naquela mesa de bar. Talvez só queria se divertir, encontrar um cara legal, agradável ou só conversar um pouco. Bia não queria admitir que saiu de casa só para encontrá-lo. 
-Pode ter certeza que é um elogio. _Ele disse se aproximando mais dela. 
Ela deu um passo atrás. 
-Não vem com essa história de novo não, não preciso das suas histórias. 
Ele sorriu calmamente. 
-Ok Bianca, eu sei que você adora tornar as coisas mais difíceis. 
-E eu sei o que você ta fazendo. _Disse ela. 
-Sabe? _Perguntou ele. 
-Sim. _Disse ela com convicção. 
-O que então? 
-Eu não vou ficar aqui explicando o óbvio. 
-Ok. _Ele concordou mais uma vez com ela. 
Ele suspirou e tirou o celular do bolso. 
-Já são quase meia noite vamos ficar até de manhã aqui? 
-Você que sabe. _Disse ela com indiferença 
E mais uma vez eles estavam discutindo. 
-Só para aproveitar a oportunidade, o que você quer de mim? _Ela perguntou 
-Bia, Bia, Bia... Onde foi que eu errei com você mulher? 
-Quer mesmo saber? _Perguntou ela. 
-Lógico. _ Respondeu ele 
-Eu vou embora. Ela disse já andando em direção a rua e dando sinal pro táxi, infelizmente ele não parou. Já estava ela com os olhos cheios de lágrimas. Ele odiava ter que assistir aquela cena. 
-Espera! _Disse ele mais alto do que era realmente necessário 
-Temos muito o que conversar. 
-Entende que eu ainda te quero Bianca, não me deixa aqui sozinho de novo. _Ele disse com calma. 
-Da última vez você sabe bem o que aconteceu Célio, eu tentei, eu juro que tentei. _Disse a moça 
-Você foi embora e me abandonou, acho que você não sabe o mal que me fez. Você era diferente Bia. Era uma menina doce e gentil agora eu nem te reconheço. 
-Eu era ingênua demais. 
Ele permaneceu em silêncio. Naquele momento passou por sua cabeça tudo o que fez com que chegassem naquele ponto. Parados na rua, a uma hora daquelas, numa situação um tanto que estranha. Revirando sentimentos que já tinham se acomodado, que deveriam ser esquecidos. Ele quase tinha esquecido. Ele entendeu que esquecer não significa ignorar uma chamada no telefone, e nem evitar encontros casuais como aquele. Ele tinha "esquecido" porque estava evitando esse encontro a anos. 
Eles se conheceram por acaso, se envolveram sem querer e de repente ela foi embora. Isso fez com que ele mudasse. Ele sentiu falta, sentiu saudade. E ela mudou tanto também. Tanto que ele não a reconheceu, nem fisicamente e nem por sua personalidade. Mesmo assim ele ainda enxergava aquela garota que ele tinha se encantado a um tempo atrás. Bia tinha outra atitude, outro cabelo, outro brilho nos olhos... até seu jeito de andar tinha mudado. E o pior que Célio gostava ainda mais dela. Finalmente ele disse: 
-Porque você foi embora? 
-Odeio essa coisa de eu te amo. Eu iria terminar como uma idiota implorando sua atenção. _ Ela respondeu 
-Você nem me deu oportunidade pra dizer que eu te amo. Eu ainda te amo Bia. _Disse ele se aproximando mais uma vez dela. 
-Tudo bem Célio, o que espera que eu faça agora? Que eu te abrace e diga que também te amo e fingir que o tempo não passou? Fingir que está tudo bem? _indagou ela. 
-Quero que você fique comigo, estou pedindo demais? 
-Não... 
-Então fica? 
Ela consentiu em silêncio. 
-Garota teimosa! Ele sorriu e deu a mão à ela e saíram andando em silêncio. Todo aquele tempo parecia não ter existido nesse momento. Eles estavam bem onde deveriam estar. Estavam continuando do ponto onde tinham parado. Talvez se não fosse assim não iria dar certo. Talvez realmente não desse certo. Mas já era um começo. Célio saiu a procura de uma namorada não imaginava que iria voltar com a sua namorada que tinha perdido, mas agora ela era dele novamente.

Agnes - 308

4 comentários:

  1. Brenda Rodrigues 208

    Muito criativa a história, mostrar um reencontro de um casal e descrever um passado no presente é uma missao um tanto complicada, ficou excelente o texto prende o leitor até o fim, ha muito tempo nao lia um conto como esses ! sinceramente meus parabéns e nem precisou de moral da história, na verdade ficou bem despojado.

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  2. pensei qui Célio num iria conseguir conquista Bia , mais no final deu tudo certo ...muito boa historia

    nome: Edirlaine Gonçalves

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  3. Parabéns ficou Muito bom.
    Embora não seja muito o gênero que eu goste, a história conseguiu me envolver te tau forma que me deixou perplexo. Não entendi como a garota a Bia pode mudar tanto.
    ótima historia.
    Parabéns!!!
    Glaydston Bruno - 208

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