sexta-feira, 28 de setembro de 2012

As aventuras de Jack e Clair

Jack e Clair estavam brincando na rua de baixo da casa deles, quando avistaram uma casa abandonada tampada por arvores, aonde ninguém havia percebido ali, com uma parte do muro derrubada. Essa casa era muito grande e com uma arquitetura bem antiga e encantadora. Curiosos, entraram no lote para verem mais de perto. 
A casa pertencia a um senhor falecido ha muitos anos. Sua construção, que datava de mais de século e meio. 
Jack e Clair foram andando em direção à porta da casa, quando um barulho muito estranho surge e eles se assustam e saram correndo em direção a rua. Com muito medo, decidem não voltar lá mais. Mas com o passar do tempo e eles crescendo, perderam um pouco de medo e combinaram de irem lá novamente. 
A noite da ultima sexta feira do ano, eles resolveram ir a tal casa abandonada. Clair pegou no braço de Jack e foi correndo para a casa. Quando chegaram a frente da casa abandonada, ouviram o sino da igreja de Lourdes dar pausadamente doze badaladas, que ficaram vibrando no ar, aterradoras: meia-noite! Fazia muito frio e ela reparou que ele tremia tanto quanto ela, mas ainda assim levaram em frente sua aventura. 
Não foi difícil transpor o portão: um ligeiro empurrão e ele se abriram, devagar, rinchando não dobradiças. Foram avançando por entre o mato do jardim. Alguma coisa deslizou junto aos seus pés – um rato, certamente, ou mesmo um lagarto. Engoliram secos e prosseguiram a caminhada. 
Ao chegarem à varanda da casa, ficaram discutindo quem iria entrar primeiro, se ia apenas um e o outro esperava, ou se iam os dois. Depois de muito discutirem resolveram entrar os dois juntos. 
Subiram os degraus de pedra em plena escuridão e ficaram avistando as paredes à procura da porta. Tinham trazido com eles uma caixa de fósforos e uma vela, mas não era prudente acendê-la ali: poderíamos chamar a atenção de alguém na rua, algum guarda noturno rondando por lá, ou ate algum animal.
Encontraram uma porta e tentaram forçar o trinco. Estava trancada por dentro, não houve jeito de abrir. Era tão fraca e a madeira parecia podre, eles seriam capazes de arrombar com apenas um chute, só que faria muito barulho. Preferiram forçar uma janela que dava também para a varanda. Era só quebrar o vidro, meter a mão e puxar o trinco.
Jack Tirou o sapato e bateu fortemente com o salto no vidro, que se espatifou num tremendo ruído. Assustados, ouviram cachorros latindo no jardim, por sua vez assustados tanto, quanto na sua primeira vez á casa.
Como não aconteceu nada, ao fim de algum tempo resolvemos continuar a nossa aventura. Aberta a janela, eu Jack fui o primeiro a pular. Depois ajudei a Clair a entrar também. Só então já dentro da casa, nos arriscamos acender a vela.
Era uma sala grande. Onde não tinha nada, a não serem poeiras e manchas de mofo pelas paredes forradas de papel estampado. A chama da vela, trêmula, projetava sombra que se mexiam, Pelos cantos, ameaçadoras, enquanto avançávamos.
Em pouco vimos ali embaixo só havia uma cozinha, onde várias baratas fugiram correndo pelo chão de ladrilhos encardidos, um quartinho e outra sala com janelões dando para a rua. Mais nada.
Restava subir as escadas e investigar o que havia nos quartos lá em cima.
Subimos devagarinho, eu na frente conduzindo a vela, e a Clair se agarrando na minha blusa. Procurávamos não fazer barulho, mas os degraus de madeira da escada, já meio podres, rinchavam, dando estalinhos debaixo de nossos pés.
No segundo andar, empurramos a porta do primeiro quarto no corredor e entramos. Era um quarto grande, mas a vela não dava para ver nada, a não ser a nossa própria sombra projetada na parede. 
Foi quando, de súbito, a luz acendeu e tudo se iluminou.
No primeiro instante ficamos deslumbrados com aquela claridade e nós voltamos para ver quem tinha acendido a luz. Soltamos juntos uns gritos de pavor – parado junto à porta estava um velho horrendo, alto, barba suja, cabelos desgrenhados, a nos olhar, mãos na cintura.
- Que é que vocês dois estão fazendo aqui? Quem são vocês? 
Assustados sem terem reação, Clair tomou coragem e decidiu responder a pergunta do velho senhor. 
-me desculpe, achamos que não havia nenhum morador aqui e decidimos entrar pra podermos ver o que havia aqui. 
O velho também muito assustado resolveu passar confiança para os dois meninos. Logo os meninos se acalmaram e perderam um pouco de medo. O velho resolveu contar um pouco o que lhe havia acontecido. 
-após minha falecida ter morrida afogada, eu voltei pra casa e decidi que nunca mais sairia de casa, preferi ficar quieto aqui mesmo, pois se eu aparecesse com certeza me acusariam de ter o dedo nisto, pois fiquei com muito medo de tela perdido e muito chateado. Senti-me estranho e fiquei com muito medo. Pensando “as pessoas irão olhar pra min e vão pensar o que?”. 
Os meninos assustados com o pensamento do velho senhor, resolveram explicar o acontecido. 
- Senhor, o culpado não foi o senhor. Ela morreu, pois bateu com a cabeça numa pedra após ter pulado do barco. Não precisa ter medo senhor. E eles pensaram que você teria tentado salvar ela e morreu junto. 
Mas mesmo assim com muito medo o senhor ficou pensativo. 
Jack e Clair resolveram acalmar ele e prometeram não contarem nada para ninguém. Chamaram o velho para irem a um parque e o velho aceitou. Foram ao parque aonde o velho sentiu se divertiu muito e sentiu liberdade e resolveu sempre sair com os meninos. 
Mas o segredo sobre o falecido ainda continuaram entre eles ate nos dias de hoje. 
Para as outras pessoas a casa continua ali, abandonada e cheia de mistérios, assustando a todos os moradores daquela vizinhança que ainda não a conhecem.

Jean - 306

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