O quarto

Marta havia se mudado com sua família para uma casa na periferia. A casa era bem antiga, mas era muito espaçosa, havia quartos que não iria usar e outros cômodos que nem havia entrado. Depois de terem colocado as coisas no lugar, todos foram para a cozinha, mas Marta decidiu dar uma olhada em um quarto que havia permanecido fechado mas quando ela estava para abrir a porta, sua mãe deu um grito estrondeante para que ela descesse já para jantar. 

Mesmo jantando Marta não tirava o tal quarto da cabeça, tanto é que ela já havia terminado de comer mas nem se deu conta disso. Como já era de costume, assim que Marta colocou o prato na pia subiu para escovar os dentes e se preparou para dormir. 

No dia seguinte o despertador toca às 06:30h para ela ir à escola que ficava a duas quadras da sua casa. Na escola ela continuava a pensar na tal porta misteriosa e ansiosa para descobrir o que havia lá para poder compartilhar com suas amiguinhas. Já na sua casa e sozinha, pois seus pais estavam trabalhando, a jovem menina já desrespeitando os avisos de sua mãe, que a orientou que ela não entrasse no tal quarto, alegando que ele tinha sido dedetizado há pouco tempo e que poderia conter vestígios tóxicos, a menina pegou as chaves e tentou abrir a porta. Após muitas tentativas, ela se deu conta que a chave não se encontrava ali, foi então que começou a zorra, ela revirou a casa toda à procura da bendita chave e nada, até que se irritou e foi deitar em sua cama. 

Na sua cama de tênis e tudo mais, deitou com a barriga pra cima e com as palmas das mãos escorando a cabeça, ela começou a imaginar mil e uma coisas que poderia haver atrás daquela porta misteriosa cujo paradeiro da chave era desconhecido. Primeiramente, ela imaginou que poderia ser uma porta que levasse para um planeta distinto onde haveria muitos “alienígenazinhos” todos bem verdinhos e estranhos, até que então ela pensa escutar grunhidos lá dentro, e logo muda de ideia e começa a pensar que possa ser uma espécie de portal do tempo que a levará para o passado, mais precisamente para a época dos dinossauros. 

Tempo vai e tempo vem, acabou anoitecendo e seus pais chegaram, rapidamente ao ouvir eles entrarem ela correu e disse a sua mãe: 

- Mãe!!!! Acredita que eu ouvi grunhidos dentro do quartinho que você me aconselhou a não entrar? Aposto que ele seja uma espécie de portal ou alguma coisa do gênero que nos leve a outro planeta. 

Sua mãe bem humorada como sempre começou a cair na gargalhada, ela ria de escorrer lágrimas, soluçava, não conseguia nem falar, então a menina pergunta ao pai: 

- Pai, qual o motivo dessa crise de risos da mamãe? 

Então o pai responde: 

- Não é nada não filhinha, é que naquele quarto é onde escolhemos para guardar nossas recordações mais antigas como álbuns, fitas VHS, algumas lembrancinhas, e por isso sempre andamos com a chave. Já o barulho que você escutou, muito provavelmente é da serralheria que o senhor Sebastião tem aqui do lado.

Ana Carolina - 307